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domingo, 26 de agosto de 2012

Professor aponta corrupção nas igrejas evangélicas brasileiras em debate no Mackenzie

O programa “Academia em Debate” da Universidade Presbiteriana Mackenzie iniciou esta semana uma série de debates sobre corrupção abordando o tema nos aspectos político, na vida individual, e nas igrejas brasileiras.

O apresentador do programa, reverendo Augustos Nicodemos Lopes entrevistou o professor de ciência da religião Paulo Romeiro que com propriedade abordou o assunto expondo temas polêmicos e mostrando uma possível solução para tentar acabar com corrupção nas igrejas.

O professor Paulo iniciou dizendo que a corrupção é um assunto mencionado na Bíblia: “quando o apóstolo Paulo estava preso, as autoridades representando o governo romano já esperavam receber dele alguma propina”.
Paulo lamenta que a corrupção tem se tornado nas últimas décadas muito forte e visível no contexto evangélico brasileiro. Ele comenta que as igrejas neopentecostais tornaram-se muito criativas no levantamento de fundos, com campanhas, símbolos, objetos que são oferecidos como trocas simbólicas oferecendo-se um bem em troca de dinheiro.
Questionado se a arrecadação de ofertas e dinheiro pelas igrejas seria errado, Paulo responde que não acredita ser errado por que até Jesus precisava de dinheiro.

“Ninguém vive sem dinheiro, nem Jesus viveu”, disse ele. Ele comenta que em Lucas capítulo 8, havia grupos de pessoas, e mulheres que ajudavam Jesus com seus bens e que Jesus lidava com dinheiro, tanto que contratou um tesoureiro, Judas.

Segundo ele, ali já havia corrupção, “(...) Jesus dando um voto de confiança a ele (Judas)”. Paulo diz que o problema não está na arrecadação de dinheiro, e sim em como ele é usado.

As pessoas, diz ele, continuam indo às igrejas que abusam na arrecadação de dízimos porque a corrupção tornou-se uma questão cultural.

“A corrupção está nas entranhas da sociedade brasileira, nós vivemos em uma nação extremamente corrupta de cima a baixo, se você observar bem todos os poderes da nação estão contaminados pela corrupção, todos eles, não são apenas políticos, os juízes, os governantes, mas a sociedade em geral”.
Paulo dá como exemplo, brasileiros que furam filas e tentam sempre dar um ‘jeitinho’ para tudo, dizendo que a cultura da transgressão está na nação e nas igrejas também.

“A igreja brasileira é uma igreja que se distanciou da palavra de Deus, você não tem mais a pregação do novo testamento, a cruz, você não tem valores cristãos sendo pregados. Tudo que você encontra hoje é autoajuda, sucesso e isso é muito complicado, as pessoas continuam ajudando por causa disso”.

Paulo ainda fala sobre liderança das igrejas atuais que age diferentemente dos líderes de décadas atrás que renunciava bens terrenos para viver no ministério pela fé, deixando as certezas das finanças para ter uma vida incerta pelo Evangelho.

Paulo comenta que ser rico não é errado, mas enriquecer de forma errada, com o dinheiro das pessoas se torna errado.
Ele finaliza dizendo que gostaria de ver as igrejas sérias aparecerem, questionando por que elas se escondem, fazendo com que a mídia e as pessoas pensem que todos são iguais.

Cometa que é muito confortante ver pregadores como Hernandes Dias Lopes pregando na televisão com uma palavra equilibrada, alinhada com a reforma protestante e ética cristã, lamentando que a sociedade esteja muito pobre de referencial ligado a bíblia sagrada na mídia.

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