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domingo, 26 de agosto de 2012

Entrevista: Autor de - Eu quero uma Igreja – Nova Reforma Protestante - expõe suas frustações com a igreja evangélica

“Quando se descobre o que é amar, se descobre o que é falar a verdade”
Muitos cristãos estão decepcionados com o sistema religioso do país, denunciando o templo-centrismo, a teologia da prosperidade, corrupção nas igrejas, excesso de emocionalismo, distorção da Palavra de Deus, entre outros.
Frente à uma crescente população evangélica do Brasil, existe uma preocupação grande com qual direção a igreja brasileira está se conduzindo e conduzindo os fieis. E em meio disso, alguns evangélicos expressam um clamor de dentro de seus corações por uma igreja verdadeira constituída não de alvenaria, mas de pessoas que têm como seu centro Jesus Cristo.
Como o fruto de um esforço de se recuperar o sentido da Igreja de Cristo no Brasil, o autor Ádryan Krysnamurt Edin da Luz escreveu o “Eu quero uma Igreja – Uma Nova Reforma Protestante”. No livro, ele explica sobre o movimento “Eu quero uma Igreja” já existente, onde se propõe a união de cristãos de diferentes denominações e lugares do mundo, em nome de Cristo para a criação de uma igreja verdadeira, realizando cultos online, debates e estudos bíblicos.
Ádryan contou em entrevista exclusiva ao The Christian Post sobre suas frustrações na igreja evangélica brasileira, as razões que o levaram a conduzir o movimento, frutos do movimento e o que ele pensa de questões como a música gospel antropocêntricas, ou de entretenimento.
CP: Como surgiu a ideia do “Eu quero uma igreja”? Quem é o criador? Descreva Reginaldo Félix, EUA, Flórida, que você aponta como o líder geral do movimento, no livro.
Ádryan: Primeiramente quero agradecer pelas duas reportagens anteriores do The Christian Post, maior site gospel dos Estados Unidos e do mundo, pelas matérias jornalísticas fiéis, como nem eu mesmo conseguiria descrever tão bem o projeto.
A ideia final do projeto é resultado de uma somatória de acontecimentos ao longo da minha vida, que envolveu a mim, (como falo no livro), minha família, meus amigos, vizinhos e irmãos, todos estes que procuravam por uma igreja denominacional pra congregar e não tinham êxito. Até o dia que encontrei Jesus de verdade, e entendi que eu sou igreja, eu sou templo, e que ser igreja não é ficar em templos pregando massagens de auto ajuda, pois a bíblia é um livro de ajuda do alto, e quando compreendi o que é amar, e no amar, consequentemente o falar a verdade, então surgiu o projeto, que é um clamor, um grito de milhões de pessoas ao mesmo tempo no mundo todo cansados do sistema religioso: 'Queremos uma Igreja!'; porém, este nome foi colocado de propósito devido a preconceituosidade do ser humano, que logo indaga: por que querem uma igreja se somos igreja? Por que querem uma igreja se existem tantas? Pois bem, a conotação primária da expressão está na palavra UMA, que é no sentido de unidade, união, como em Efésios 4, Salmos 133, João 17, onde Jesus suplicou ao Pai: 'Eu quero uma Igreja'.
Então, pela infinita misericórdia de Deus, eu, Ákel, organizei meus conhecimentos sobre informática, minhas experiências com Deus, e, coloquei em prática o que é ser igreja de Cristo literalmente, saindo pra fora, e denunciando a podridão eclesiástica; escrevi o livro que há 7 anos vinha fazendo rascunhos, e foi inaugurado o site eu quero uma Igreja no dia 21 de maio de 2012 com uma base sólida de Uma nova reforma protestante, a saber, nos nosso corações, como em Romanos 12: vossos corpos! Vossos cultos! Uma renovação racional, no nosso entendimento. Quanto a liderança do trabalho, o irmão Reginaldo Félix dos EUA, por questões ocupacionais e particulares está temporariamente desligado da liderança, não contudo do projeto, o qual continua fazendo parte. A liderança hoje é presidida por mim, Alexandre Costa de Porto Alegre e Dr. José Renato Pedroza do Rio de Janeiro.
CP: Você falou sobre experiências com pessoas que por não terem profundidade na palavra, ou discernimento espiritual, te provocaram amargas experiências, ou puderam causar isso a outros. Como você faz para se manter bem na sua fé pessoal?
Ádryan: Essa talvez seja uma das perguntas mais importantes. A grande diferença na minha ótica, está no início da caminhada, ou seja, na conversão. Por que falo isso? Falo, pois a transformação do caráter de Cristo na vida de uma pessoa se dá nessa fase, onde o indivíduo é confrontado com a mensagem da cruz, reconhecendo que é um pecador, se converte (dá meia volta) e começa a passar por um processo de transformação de caráter, onde o Espírito Santo vai fazendo uma limpeza no interior da alma e colocando um novo caráter, uma mente renovada, amorosa e piedosa. Deus durante esse processo que nunca acaba, pois estamos em constante aperfeiçoamento no Senhor, pode acrescentar dons sobre nós, como o discernimento espiritual.
Eu nasci, cresci num lar cristão, mas, o caráter cristão é lapidado pelo Espírito em nós, através da Palavra. Bem, não podemos esperar discernimento espiritual de todos, pois isto é um dom de Deus, precisamos nos manter em oração e meditar na Palavra diariamente para que possamos nos manter firmes e inabaláveis. Ser cristocêntrico, é ter Jesus Cristo no centro de nossas vidas, como rocha sólida, da palavra grega 'pétra'; nenhum outro alicerce ou fundamento, seja Pedro ('petros', do grego), seja Maria, seja Paulo, sejam igrejas de alvenaria, denominações, pastores, dogmas, lideranças, filosofias, etc... Nada pode ser nossa base, a não ser Cristo Jesus e seu amor, pois Ele é amor.
CP: Você chama a atenção de muitas atitudes cristãs que não são baseadas no Espírito mas com o homem no centro, provocando constrangimentos aos que não conhecem a Deus e aos próprios cristãos, como julgamentos errôneos, pregação da palavra com pobre entendimento bíblico, falta de discernimento de espírito, superficialidade nas adorações, contendas e divisões entre crentes e denominações, etc. (por favor corrija se algo estiver errado). Pode isso indicar que a fé ensinada nas igrejas é uma fé superficial, sem aprofundamento da palavra, sem um sistema adequado de ensino e acompanhamento dos fieis?
Ádryan: Os discipulados, e a metodologia de ensino teológico feita nas denominações é boa para os neófitos, entretanto, o que vemos hoje nestes ministérios são pessoas sendo manobradas para o templo-centrismo, autoajuda, vitórias terrenas, e não são confrontadas a mudança de caráter. Por isso até eu cito a palavra 'massagem', pois as palavras pregadas hoje são aquilo que o povo quer ouvir, diferentemente do que era pregado através dos profetas e até mesmo na Igreja de Atos dos Apóstolos, onde podemos citar os crentes de Beréia que toda palavra que era recebida por estes era examinada nas Escrituras (Atos 17:10 ao 12). Logo após o leitinho racional (1 Pedro 2:2), as igrejas denominacionais e sistemas religiosos funcionam como teias de aranha, criando limitação espiritual a ponto que os que estão lá, mesmo sendo pessoas sinceras, aprendem a olhar só para a sua denominação como fonte plena de crescimento na vida espiritual. São lagartas que veem o mundo de baixo, olham apenas segundo o sistema de sua denominação; exemplo, se são pré-tribulacionistas nunca sentaram com um pós-tribulacionista para ver o outro lado e aprender a respeitar, (e se sentam, fazem proselitismo para sua 'igreja'); se são unicistas ou unitaristas, nunca sentaram com um trinitário para conhecer o outro lado e aprender a respeitar; se são tradicionais nunca sentaram com um pentecostal para verem o outro lado e aprender a respeitar, e vice-versa sucessivamente (Romanos 14).
O Eu quero uma Igreja, sobretudo, procura ver como uma borboleta e não mais como uma lagarta ou crisálida; agora, lá de cima, sendo imitadores de Cristo, olhando do alto, com olhar de compaixão e de amor, vemos: cristãos sinceros e salvos, na Congregação Cristã, na Assembléia de Deus, na Adventista, na Batista, Metodista, Mundial do Poder de Deus, outras tantas, nos lares, nos 'desigrejados' (termo esse designado àqueles que não frequentam igreja de alvenaria), e nós do Eu quero uma Igreja, bem como outros grupos que pensam de maneira semelhante; sabendo que Ele requer de nós: Mateus 22:34 ao 40, 1ª Coríntios 13, e a doutrina dos Apóstolos presente em todo o livro de Atos dos Apóstolos. Destacamos: o reconhecimento de que Jesus Cristo é único Salvador, e para provar essa conversão, devemos atuar publicamente com o batismo nas águas; também, reunir-se periodicamente para cear até que Ele venha (1ª Coríntios 11:26); que aliás fizemos a primeira ceia da história da Igreja de Cristo de maneira online, indexada no Youtube no dia 19 de agosto de 2012, com pessoas de diversas partes do mundo, vivendo como Romanos 14, onde quem acha que é vinho, utilizou vinho, quem crê que é suco da vide, assim preparou, quem acha que é pão com levedo, assim fez, e sem levedo, assim também colocou os elementos diante do seu computador para juntos em comunhão plena com Cristo participarem. E, claro, procurar cumprir e viver Tiago 1:27. Como falo no livro, o que é claro nas Escrituras, isto será cobrado de nós, o que não é claro e límpido, Deus não cobrará no dia do juízo. As Sagradas Escrituras é a constituição divina que nos julgará; agora, os dogmas, doutrinas de homens, costumes, liturgias, coisas dúbias, só geram contendas (2 Timóteo 2:23 ao 26 e 3:1 ao 17) e não são primárias para salvação, portanto deixemo-las de lado e sigamos o que é evidente nas Escrituras como: o amor, o perdão, a paz e a unidade. 

Fonte: http://portugues.christianpost.com/

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